Nota do autor: Este foto conto foi produzido em 2008 com a participação de Rene, Marcel e Éder.
Os retratos marcantes das drogas na vida de muitas pessoas às vezes as levam para um caminho sem volta, decorrente do próprio uso excessivo. Para Marcos, além do problema do vício a consequência do tempo o levaria a sua morte, e a blasfêmia em sua própria vida foi o que o ceifou…
Após o uso excessivo de variados tipos de drogas, Marcos desmaia por mais de 30 minutos em seu próprio banheiro.
Estirado ao chão, suas forças começam a se restabelecer. Sua mente não deseja mais entorpecentes, seu corpo parece querer cada vez mais e mais.
Junta então todas as poucas forças que ainda restam e se levanta, praguejando para si mesmo quando não encontra mais nada para seu uso.
– Maldição, onde está a farinha!! (v se ta bom se não tiver muda, isso é pra colocar em baloezinhos)
Assustado olha para todos os lados rapidamente. Tinha e impressão de que alguém o seguia no mato. Pode jurar que viu alguém correndo de um lado para o outro.
Com dificuldades para se locomover e ainda recuperando os sentidos, segura-se em uma árvore e continua blasfemando contra sua vida.
-Preciso de mais um “tiro”. Maldito sejam todos!!
Desesperado sai para a rua gritando em voz alta. Sem se preocupar com os vizinhos.
-Caralho, onde estão todos!!
Marcos parece avistar alguém logo à frente.
Um mendigo deitado ao banco se protegendo do frio parece ser o único habitante daquela noite fria.
Marcos na situação em que se encontra esquece que se trata de um mendigo e grita.
– Ei vagabundo, que é tem ai pra eu ficar locão?
O morador de rua acorda, mas não da muita atenção a Marcos que se aborrece rápido.
– Ô caralho, to falando com você vagabundo. Me de algo logo!
– Não tenho nada meu jovem, se tivesse compraria algo pra comer, estou faminto.
Marcos não se conforma em ouvir o podre cidadão dizer aquela bobagem.
– Filha da puta, eu preciso de drogas e você querendo comer desgraçado!!!!
Ele bate no homem até desacorda-lo, em seguida apóia-se em uma árvore tentando achar alguma solução em seguida suas palavras pedem pelo seu destino.
– Não aguento mais, prefiro morrer ao ficar sem droga alguma.
De longe, um ser infernal o observa.
Marcos segue então para uma estrada de terra paralela a rua em que estava, e continua blasfemando.
– Inferno!! O inferno é melhor que isso, quero morrer de uma vez!!
Seguindo-o pelas sombras o Atormentador ri de seu espírito em desespero.
E em sua frente ele aparece cravando as pernas de Marcos ao chão.
Em seguida desaparece.
– Porra! O que é isso.
Marcos decide voltar embora para sua casa. Neste momento parecia que havia se curado, em um piscar de olhos.
Pouco antes de se virar, a criatura reaparece logo em suas costas, fazendo-o correr desesperadamente.
Assustado, ele pára rapidamente em frente a sua casa e olha para trás… Havia sumido novamente.
– Senhor por favor me ajude, me faça acordar.
Enquanto abre seu portão, a criatura reaparece novamente.
Novamente dentro de sua casa, corre para o banheiro a fim de jogar uma água em seu rosto.
Olhando a água cair da torneira, percebeu em definitivo que estava curado de todas as drogas que havia usado naquele dia. Decorrido do ato em que acabara de acontecer. Acreditou que fosse um sonho, e tudo parecia estar em seu estado normal. Mas, em poucos segundos olhando seu rosto abatido no espelho…
Avista a criatura, em suas costas dentro de sua casa.
A criatura rosna e o cheiro de enxofre toma conta do lugar, com sua arma levantada, segue em sua direção.
– Não meu Deus, tenha piedade.
O atormentador desfere vários golpes com o pé de cabra. O principal acerta sua cabeça, cravando os dentes sem seu crânio.
Assim como pediu, Marcos recebeu seu presente diretamente do inferno. Gostaria de ir para lá ao ter aquele sentimento, recebeu então essa oportunidade.
Para a polícia, apenas mais um caso em se tratando de viciados no bairro. Sem vestígios ou qualquer pista o caso foi arquivado com 1 pessoa presa. Um morador de rua que estava dormindo ao banco e foi agredido por Marcos, e após acordar talvez ele teria resolvido se vingar de seu agressor. Isso relatou uma vizinha que assistiu toda a cena.
Fim