A Origem do Papai Noel (versão terror)

Quando ainda somos criança, nos é contado uma história de que durante a noite de natal o Papai Noel entra pela chaminé e deixa os presentes na árvore natalina sem que ninguém o veja. Logo pensamos, quantas casas aqui no Brasil têm chaminé? Menos de 2% de todas as casas. Mas somos crianças, e isso não conta em nada. Vê-se em filmes também que podemos escrever uma carta ao Papai Noel pedindo o que vamos ganhar, mas acho que muitas crianças já se frustraram com isso.

O que ninguém sabe é de onde veio a lenda do Papai Noel. Vou-lhes contar como tudo começou.

Noel – O início

Por volta de 1890 na Groenlândia, o Natal era comemorado com muitos enfeites feitos de gelo, e os bonecos de neve originaram-se de lá. Os presentes simbolizavam toda aquela história cristã de onde realmente criou-se o natal. Mas quem era Noel?

Noel era um barbeiro, com seus pouco mais de 60 anos de idade, um homem que sempre teve uma vida sofrida, e que era sempre discriminado por ser filho de um homem acusado de assassinato ao prefeito de sua cidade. Todos olhavam para Noel com desgosto, e com isso ele carregaria a sina culposa de seu pai para o resto da vida. As poucas pessoas que frequentavam sua barbearia tinham certa pena dele, e se dispunham a ser clientes para que ele tivesse um serviço honesto, mas isso não significava que essas pessoas não iam com certo aperto no coração de medo, e Noel percebia isso.

Ele sempre fazia sua própria barba. Todos os dias pela manhã ele acordava bem humorado, disposto a fingir que nada acontecia à sua volta, e que seu passado não o perseguia. Aos primeiros minutos do sol da manhã, ele abria sua barbearia, e esperava horas e horas até que um freguês entrasse pedindo algum de seus serviços.

Numa bela manhã do dia 08 de janeiro de 1891, uma linda mulher, loira de cabelos cacheados e muito simpática entrou em seu estabelecimento pedindo alguns retoques em seu cabelo. Noel sorridente, mostrou-lhe a cadeira, cercou-lhe o corpo com uma capa protetora para que ela não se sujasse e começou uma pequena e gostosa conversa como ele nunca havia tido antes em sua vida. A mulher parecia despreocupada, como se Noel não tivesse carregando aquele peso, ou então ele estaria sonhando.

Em certo ponto da conversa, a mulher se apresenta dizendo se chamar Grace e que acabara de se mudar de uma cidade da Finlândia para ali e que ainda não conhecia ninguém. Noel com muito desânimo entendeu na mesma hora o motivo para tanta indiferença quanto a seu caráter, mas isso duraria pouco.

No minuto em que ele iria começar o serviço, já com a tesoura na mão, algumas pessoas ao lado de fora começaram a bater na porta gritando para que Grace saísse dali.

– Grace, saia daí agora, esse homem é filho de um assassino. Se não quiser morrer saia daí agora.

Grace reconheceu o homem com voz estridente e pavorosa. Era seu marido. No mesmo instante das últimas sílabas vindas da voz dele, Grace começou a chorar e pedir por favor para que Noel não fizesse nada. Ela saiu correndo dali.

Poucos segundos após, o silêncio pairava sob sua barbearia novamente e este foi o momento culminante na decisão de uma mudança radical em sua vida.

– Não aguento!!! E não vou mais tolerar isso.

Vociferou Noel jogando sua tesoura contra um armário de madeira cravando uma das pontas na porta.

– Deste momento em diante serei outro homem, e à partir de agora eles devem começar a realmente se preocupar comigo.

2 anos depois – Véspera de natal

A barbearia de Noel estava fechada à 2 anos, e ninguém mais ouviu falar de Noel ou o que tinha acontecido a ele. O fato é de que todos da cidade estavam aliviados.

Era véspera de natal de 1893. Na base da grande árvore enfeitada no centro da cidade, um homem de roupas de frio das cores da neve, botas pretas, gorro da cor da roupa e barba branca sentava numa grande poltrona. Balançando um pequeno sino e gritando hohoho ele dizia:

– Hohoho, sou o velhinho dos presentes. Venham todas as crianças a mim e digam o que querem ganhar. O velhinho dos presentes vai dar. Hohoho.

E toda a população espantada por aquele estranho personagem começaram a se aglomerar em volta da árvore com muita curiosidade. Noel, que antes tinha barba e cabelo bem feitos, agora estava irreconhecível, sendo denominado à partir de agora o “Velhinho dos Presentes” por toda a população.

Crianças ao escutarem as palavras do velhinho, ficavam atiçadas a irem ao encontro dele.  No final, Noel tinha uma enorme lista com os pedidos das crianças, contendo o endereço fornecido pelos pais e neste momento já era conhecido e chamado pelas crianças como papai.

Natal marcado na história

Dia de natal. Durante o dia estavam todos apressados e empolgados com as festividades noturnas, enquanto Noel, colocava em prática todo seu plano.

A cidade era pequena, e ao total na lista de Noel haviam 88 crianças.

Durante o dia todo, sem descansar, Noel construía com suas próprias mãos os brinquedos das crianças. Eram carrinhos de madeira, bonecas de pano e muitas outras coisas que ele não havia entendido, mas que inventava e adaptava o mais próximo possível daqueles pedidos que não entendia muito bem, criando assim novos brinquedos e às vezes alguns com uma aparência mais grotesca como a boneca aranha que acabara de terminar.

Durante a noite de natal, Noel esperou as festas cessarem, para que antes de terminar a noite, enquanto todos estavam exaustos dormindo em suas casas profundamente, ele entrasse pelas chaminés e praticasse sua cruel vingança.

Depois de entrar pela chaminé, Papai Noel ia até a árvore natalina da casa, colocava um brinquedo endereçado à criança da casa, e logo em seguida procurava os quartos de seus pais. Ele levava consigo um saco com os presentes, e em seu cinto uma grande faca e uma pequena navalha.

Ao entrar no quarto dos pais, Noel retirava a faca e matava o homem e a mulher com uma facada no peito de cada um. Depois retirava seus olhos e pendurava na árvore natalina como enfeites. Com a navalha ele deixava as duas pessoas carecas e sem o couro da cabeça também. Estava concluído seu serviço. Próxima casa.

Fui uma noite exaustiva para Papai Noel, mas logo na manhã seguinte o resultado foi uma verdadeira e abominável cena de desespero em todos os cantos da cidade. Assim como ele queria e planejara. Policiais, famílias e visitantes nervosos e desesperados sem saber o que fazer, quando uma voz em meio à multidão gritou.

– Foi o velhinho dos presentes. Todos os que estão mortos foram aqueles que tinham filhos e os levaram até ele na véspera de natal.

Outra voz gritava:

– Vamos matá-lo.

Assim todos em união vasculharam beco por beco pelo velhinho dos presentes, mas durante mais de 6 horas nada encontraram.

Ao passar em frente da antiga barbearia de Noel, alguns participantes de um grupo perceberam que aquele lugar não estava mais tão abandonado. Rastros de botas por toda a neve da calçada marcavam o caminho até a porta, que agora já não tinha mais neve sob a fechadura.

Com um pesado chute, a porta veio abaixo rapidamente, e em dupla entraram as primeiras pessoas. O restante do grupo aguardava ansioso por vingança. Esperavam um sinal para invadirem a casa e matarem o velhinho dos presentes. Mas alguns segundos se passaram, e a única coisa que escutaram foi uma rajada de tiros e os dois homens literalmente voando de costas para fora da calçada ensanguentados e mortos. Em seguida Noel saiu pela porta da frente gritando:

– Hohoho venham pegar seus presentinhos com o Papai Noel. Hohoho.

E na sequência começou a descarregar centenas de tiros com armas de fogo em suas mãos matando dezenas de pessoas.

A polícia chegou e cercou todo o quarteirão, e Noel entrou para esconder-se. A polícia queria invadir para tentar prender Noel, mas a população em massa chegou gritando:

– Vamos queimar o Papai Noel.

E foi o que fizeram. As chamas foram tão fortes e altas que para chegar perto do local da barbearia as pessoas tiveram que esperar mais de um dia para o calor diminuir.

A lenda

A história do papai Noel foi distorcida com o tempo, e hoje, pelo menos em teoria ele é uma boa pessoa, um bom velhinho. Mas lembrem-se de quem ele realmente foi no passado.